Colocar o bebê para mamar na primeira hora de vida
favorece o aleitamento materno
Uma nova portaria do Ministério da Saúde determina que, ao nascer, o bebê deve ser colocado de imediato no colo da mãe, favorecendo
a primeira mamada. A portaria normatiza procedimentos comprovados por estudos
científicos que mostram os benefícios dessas práticas para a saúde da criança e
da mulher. Tais diretrizes oficializam recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS)
e fazem parte da organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido
no Sistema Único de Saúde (SUS).
O bebê que nasce saudável e com o
ritmo respiratório normal deve ser entregue a mãe, em contato direto
pele-a-pele. Esse contato ajuda a manter aquecido o bebe que acabou de sair da
barriga quente da mãe e facilita a amamentação, que – segundo a nova regra –
deve ser feita na primeira hora de vida. A amamentação logo após o nascimento é
importante tanto para a saúde da mulher, quanto para a saúde da criança: quem
nos explica isso é o coordenador da Saúde da Criança do Ministério da Saúde,
Paulo Bonilha.
Paulo conta que a criança nasce muito
ativa e depois acaba caindo no sono. Nesse primeiro momento que o bebe nasce
ativo é importante então fazer a primeira sucção do peito da mãe para estimular
a descida do leite. “No momento que o bebe nasce, a mãe não está com a mama
cheia de leite. Por isso, quando ele suga o peito da mãe, gera uma estimulação
que facilita a descida do leite. E quando ele acordar faminto após a primeira
dormida vai encontrar o peito com mais leite e isso facilita o sucesso de todo
o aleitamento materno”, explica o coordenador da Saúde da Criança.
O benefício que a sucção precoce – que
é feita na primeira hora – traz para a saúde da mulher é a produção do hormônio
ocitocina, que contrai o útero da mãe. “Essa ocitocina natural protege a mãe.
Primeiro vai ajudar a eliminar a placenta, e segundo vai proteger a mãe de uma
das principais causas de morte materna que é a hemorragia uterina depois do
parto”, afirma Paulo Bonilha.
Outro procedimento que essa nova
portaria traz é o chamado clampeamento tardio do cordão umbilical, que só deve
ser cortado após parar de pulsar. “Os estudos comprovam que, quando o corte do
cordão é feito de imediato, o bebe deixa de receber até 80 ml de sangue que
sairia da placenta. Esses 80 ml vão fazer falta quando ele tiver cerca de seis meses.
Pois os estoques de ferro vão caindo e grande parte das crianças desenvolvem
anemia a partir do segundo semestre”, comenta o coordenador Paulo.
Rede
Cegonha – Criada em 2011, a Rede Cegonha tem
como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e
intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o
planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal,
parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente, a estratégia
Rede Cegonha está presente em mais de 5 mil municípios de todos os estados do
país, e atende a 2,6 milhões de gestantes.
Atenção
Pré-Natal - A Rede Cegonha se propõe ainda a
organizar o cuidado às gestantes por meio de uma rede qualificada de atenção
obstétrica e neonatal. Com um pré-natal de qualidade, como preconiza a
estratégia é possível reduzir as taxas de prematuridade. O objetivo é garantir
acolhimento e captação precoce da gestante, além de ampliar o acesso aos
serviços de saúde e melhorar a qualidade do pré-natal. O diagnóstico rápido
permite à mulher iniciar o pré-natal assim que a gravidez for confirmada.
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